segunda-feira, 13 de setembro de 2010

ENTREVISTA – Bruno Mendicino (piloto de Kart)

“Piloto que tem como filosofia de trabalho a constante evolução, o que assegura obter resultados positivos e compartilhar vitórias com todos os que fazem parte e torcem por seu sucesso”diz Bruno Mendicino.

Arquivo Pessoal
Por David Gomes

Quem assume a pole position da entrevista de hoje é Bruno Mendicino. Dada a largada, todos os holofotes estão voltados ao jovem talento das pistas de 22 anos. Rapaz atento e muito educado,

Bruno em sua carreira aprendeu muito sobre todos os aspectos que cercam as competições, lapidou seu talento com ajuda de seus preparadores e obteve títulos, assim como reconhecimento no meio. O comprometimento do Piloto com sua carreira é total.

Foi quando deu início à sua trajetória no automobilismo, tornando-se um piloto de sucesso, muito seguro de suas ações e com conhecimento técnico diferenciado, é assim que pretende andar dentro e fora das pistas. Piloto de kart,

Aos 22 anos, ele compete como piloto desde 2004, quando começou e já foi vice-campeão do Campeonato Bandeirantes de Kart Categoria Novatos 125cc. No ano seguinte também ficou em segundo lugar na Copa Nova Schin de Kart - Categoria Sprint 125cc, e foi campeão do Torneio Mercedes-Benz de Kart - Categoria Sprint 4T.

Em 2006 ficou em quinto lugar na Copa Nova Schin de Kart - Categoria Sprint 125cc, e foi campeão da Copa Interlagos de Kart - Categoria Novatos, e conquistou o primeiro lugar também no Campeonato Limeirense de Kart, na Categoria Sprint 125cc.

Arquivo Pessoal
Em 2007 foi vencedor das Duas Horas de Limeira de Kart - Categoria Sprint 125cc – (trio com Diego Cruañes e Lucas Cuccati).

Em 2008 foi pole position na 1ª Etapa do Campeonato Sul-Mato-Grossense de Fórmula Uno (Autódromo de Campo Grande), com um Uno 1.6-R; 10º lugar na XXVIII Subida da Montanha Internacional do Pico do Jaraguá, Categoria históricos Originais, com um DKW 1000-SP; vencedor da 1ª etapa da Copa Interestadual de Veículos Históricos de Competição, com DKW Belcar, e vice-campeão do Campeonato Ituano de Kart, na categoria Stock Kart Graduados.

Em 2009 ficou em sexto lugar nas três horas de Guaratinguetá de Kart, em dupla com Roberto Lorena. Em 2010 o plano era participar da Fórmula Future Fiat, de Felipe Massa, vista por muitos pilotos como uma chance para o grande sonho de participar da Fórmula 1. O sonho teve que ser adiado por falta de patrocínio

RP Ser piloto não se resume apenas a dirigir. Há um preparo físico do Piloto para que na hora da corrida o resultado seja eficiente?

BM: O Automobilismo é um esporte diferente dos olímpicos, nos quais a grande estrela ou foco é apenas o atleta, sem que ele tenha seu desempenho somado ao de um auxiliar, como o carro. Claro, tenistas dependem de suas raquetes, corredores de suas sapatilhas especiais, saltadores de suas varas e por aí vai. Porém, com máquinas a coisa é diferente. Dela depende muito o rendimento em uma corrida, o motor mais potente e de reações mais lineares, o jogo de pneus melhor calibrado, o chassi mais adequado e acertado para determinada pista, o ajuste aerodinâmico, etc. Felizmente, a máquina não faz nada sozinha, para comandá-la há um verdadeiro atleta. O papel do Piloto se inicia nos bastidores, na preparação do carro como um todo, o piloto tem que saber e palpitar sobre todas as partes do carro e sentir as reações na pista das mudanças feitas, encontrando assim as melhores condições para corrida. Com tanta responsabilidade técnica e evidente habilidade necessária para conduzir carros de competição, soma-se o fator resistência física. Um piloto tem que cuidar muito de seu preparo físico, pois os esforços na pilotagem são altos, o corpo todo é acionado, embora para muitos não pareça. Até mesmo o fato de ter de se esforçar numa mesma posição por muito tempo é desgastante. Resumidamente, um piloto tem de estar com ótima saúde, reflexos apurados e preparo físico para enfrentar as competições.

Como todo atleta, os pilotos, ao menos os mais dedicados, não fumam nem bebem álcool. Eu, em particular, tenho uma alimentação diversificada, mas sem exageros, porém não me privo de sobremesas ou alguma culinária mais calórica. É bem verdade, que meu ritmo de treinos estabiliza meu metabolismo.

RP : A categoria que você corre? Explique um pouco como funciona?

BM: Corro de Kart, na categoria Graduados que é a mais rápida, atualmente estou na disputa do estadual Paulista. O Kart, diferente do que é passado, não é um veículo lento e que serve apenas como base para outras categorias, muitos pilotos seguem correndo de Kart mesmo estando em categorias diferentes do Automobilismo, seja para aprimorar os reflexos ou para tentar triunfar em determinado campeonato. Na categoria Graduados, o motor é de 125cc 2 tempos, com potência de aproximadamente 40 Cv, o Kart com Piloto somam 155 kg, o que possibilita, dependendo do circuito, alcançar 160 km/h e acelerar até 100 km/h em menos de 3 segundos. Assim, o Kart é, muitas vezes, mais rápido e mais exigente de concentração e reflexos, em proporções, que categorias famosas como Stock Car e GT3, devido ao seu alto rendimento com tamanho pequeno e baixo peso. Tive algumas oportunidades com carros de categorias de turismo e fui muito bem, com uma Pole Position e uma Vitória, porém, minha projeção é correr de monopostos e meu foco atual é a Formula 3, categoria que alavanca pilotos em direção às categorias máximas do Automobilismo.

RP Em termos de preparo é muito desgastante?

BM: Como dito anteriormente, os carros de corrida exigem muito do piloto, tanto fisicamente, quanto mentalmente. Aí está o ponto chave. Um piloto despreparado fisicamente pode até ter habilidade e conhecimento técnico, mas não vai conseguir manter a concentração por muito tempo numa competição, pois irá reverter parte importante desta concentração para as dores, cansaço e dificuldade de comandos motores de seu corpo. Conseqüentemente, seu rendimento cairá bastante e em alguns casos até acidentes podem ocorrer, afinal em competições o limite é sempre procurado. Atualmente sou estudante de Engenharia Mecânica na UNIP Campinas e trabalho na Mercedes-Benz, então com rotina pesada só consigo treinar de duas a três vezes por semana em academia, musculação específica com supervisão de meu Personal Trainer, também corro para manter a capacidade aeróbica. Assim venho mantendo meu preparo físico com muito esforço, diga-se, que é muito bom.

RP : Como surgiu o interesse em adotar o automobilismo como esporte?

BM: Tive influência de meu pai, Artur Carlos Mendicino, para gostar e me envolver com Automobilismo. Ele foi preparador de carros de corrida e piloto de testes da revista Quatro Rodas. Desde pequeno estive em meio a oficinas, maquinários, buscava aprender mais sobre veículos e sistemas, era levado bastante para ver corridas e felizmente tenho a lembrança viva de ter estado presente numa vitória de Ayrton Senna na Fórmula 1 em 1993, além de ter visto Nelson Piquet e outros grandes nomes internacionais deste esporte por diversas vezes. Tudo isso sempre alimentou meu desejo de pilotar, até que no ano de 2003, meu pai conseguiu com muito esforço, comprar meu primeiro Kart, quando eu tinha 14 anos. Desde então, fiz um curso de pilotagem e rapidamente comecei a disputar campeonatos.

Como seria a corrida perfeita para você?

BM: Para mim, a corrida perfeita é vencer disputando com pilotos de alto nível, com uma pilotagem segura, ou seja, com um equipamento bem acertado que não exija demasiadas improvisações durante a prova.

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